sábado, 25 de dezembro de 2010

Ultraje a Rigor









Ultraje a rigor

Ultraje a Rigor é uma banda brasileira de rock, criada no início dos anos 80 em São Paulo. Idealizada por Roger Rocha Moreira (voz e guitarra base), obteve sucesso em 1983 no Brasil devido aos hits "Inútil" e "Mim Quer Tocar". Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo álbum Nós Vamos Invadir Sua Praia que trouxe o primeiro disco de ouro e platina para o rock nacional, além de receber recentemente o título de melhor álbum brasileiro pela Revista MTV.[carece de fontes?]







A banda é um grande marco no cenário do rock nacional. Sua formação inicial era Roger, Leonardo Galasso (bateria, mais conhecido como Leôspa), Sílvio (baixo) e Edgard Scandurra (guitarra solo). Mal o nome foi adotado, Sílvio saiu para dar lugar a Maurício Defendi. Hoje, apenas Roger, idealizador da banda, continua desde a formação original.





Por que Ultraje a rigor? - O Ultraje a rigor foi formado no final de 1980, inicialmente como uma banda de covers, principalmente Beatles, rock dos anos 60, punk e new wave. Depois de algumas formações provisórias, Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard começaram a se apresentar em festas e barzinhos. Em 1982, ainda sem um nome fixo, decidiram por Ultraje a rigor, já que nunca eram muito fiéis às versões originais dos covers que faziam, frequentemente avacalhados ou distorcidos. O nome Ultraje a rigor foi escolhido meio por acaso. Roger e Leôspa estavam tentando achar um nome durante uma festa em que se apresentavam. Roger sugeriu Ultraje, mas achava meio punk demais (para a época, pelo menos). Roger então perguntou a Edgard, que chegou no meio da conversa, o que ele achava de Ultraje. Edgard, sem entender direito a pergunta, disse: "que traje? O traje a rigor?" Roger e Leôspa adoraram e adotaram então este nome. Logo depois, Sílvio sairia, entrando Maurício em seu lugar (Foto 1).



















Inútil - Com esta formação, em abril de '83 participaram do projeto Bôca no Trombone, do Teatro Lira Paulistana, em São Paulo, seu primeiro show só com composições próprias. Foram contratados após uma das apresentações pelo produtor Pena Schmidt, na época contratando grupos para a WEA. Gravaram seu primeiro compacto, "Inútil/Mim quer tocar", que, por problemas com a Censura, só saiu em outubro daquele ano. Após a gravação do compacto, agora fazendo mais shows, Edgard, já na época com o Ira (ainda sem ponto de exclamação), não pôde mais dividir-se entre os dois grupos. Para o seu lugar foi chamado Carlinhos. Com esta formação (Foto 2),gravaram seu segundo compacto, "Eu me amo/ Rebelde sem causa" em '84. "Eu me amo" foi bem nas rádios, impulsionado um pouco pela polêmica coincidência de refrões com a música Egotrip, da Blitz. Mas o lado B do compacto, que começou a tocar no começo de '85 foi que detonou a explosão do Ultraje.


















Nós vamos invadir sua praia - Seu primeiro LP, "Nós vamos invadir sua praia", lançado a seguir e puxado inicialmente por "Ciúme", foi um enorme sucesso. Foi o primeiro LP de rock nacional a conseguir discos de ouro e platina. Das 11 músicas do disco, 9 foram amplamente executadas e o Ultraje quebrou recordes de público em diversas casas de shows no Brasil inteiro. No começo de '86, gravaram um EP chamado "Liberdade para Marylou", com uma versão remixada de "Nós vamos invadir sua praia", o "Hino dos cafajestes" e a música "Marylou" gravada em ritmo de carnaval e com as frases censuradas substituídas por frases de trombone. "Marylou" arrebentou nos bailes de carnaval daquele ano e até hoje continua sendo tocada quase como um clássico de carnaval. Já em '87, gravaram seu segundo LP, "Sexo!!". Durante a gravação deste disco, Carlinhos, que já pensava em mudar-se para Los Angeles para formar sua própria banda (o que acabou fazendo), saiu para dar lugar a Sérgio Serra na guitarra. (Foto 3). O disco foi tão bem sucedido quanto o primeiro, quebrando um tabu da indústria fonográfica, que ditava que um primeiro disco que vendesse muito bem era sempre sucedido por um fracasso. Isso não aconteceu. O disco foi lançado com um show-surpresa histórico na Avenida Paulista, uma das principais avenidas de S. Paulo, provocando um congestionamento de vários quilômetros. Nova tournée por todo o Brasil, novas músicas estouradas nas rádios e nada de férias, desde '84.


















Stress - Em '89, amadurecidos e um pouco estressados pelas longas tournées, gravaram "Crescendo", seu terceiro LP. O disco vendeu bem, mas a mídia já não estava tão interessada no Ultraje, após 4 anos de sucesso ininterrrupto. Mesmo assim, o Ultraje ainda provocava polêmica, ao provocar o anunciado fim da Censura oficial com a música "Filha da Puta". Palavrões não eram coisa comum naquela época, muito menos num refrão. Logicamente, a música foi censurada extra oficialmente em diversas rádios e em programas de TV, o que também atrapalhou na divulgação do disco. Outras músicas, com palavrões leves ou temas picantes, como "O Chiclete" e "Volta comigo", que fala de adultério, também tiveram a execução prejudicada. Em '90, o Ultraje volta às origens e lança "Por Quê Ultraje a rigor?", um disco de covers que faziam parte de seu repertório original. Maurício, casado com uma americana, muda-se para Miami (onde vive até hoje) e Andria Busic entra em seu lugar provisoriamente, sendo substituído por Oswaldo um mês depois (Foto 4). Quase um ano de tournée depois, e Roger percebe que o Ultraje já não era a mesma coisa. Leôspa, casado, já não tinha mais a mesma disposição para viajar e ensaiar, Sérgio Serra queria sair para formar sua própria banda e Oswaldo preferia trabalhar em seu estúdio profissional. Após uma conversa com Leôspa, decide procurar novos integrantes que quisessem continuar o Ultraje a rigor.


















A nova formação - Procurando em bares e shows de bandas iniciantes, encontra Flávio Suete, baterista que tocava com a banda Nem e com o Central Scrutinizer Band, cover de Frank Zappa. Flávio indica Serginho Petroni, baixista com o Zappa cover. Juntos, começam a fazer audições para novos guitarristas. Após meses de ensaio e procura, acabam encontrando Heraldo Paarmann, por meio de um anúncio informal na rádio Brasil 2000 (hoje 107,3 FM). Continuam com os ensaios e uns poucos shows para entrosamento. Em 1992, contra a vontade do grupo, a gravadora lança uma coletânea, "O mundo encantado do Ultraje a rigor", sendo a palavra "encantado" uma ironia de Roger com relação ao encanto dos primeiros anos e as dificuldades com a gravadora, em relação a novos projetos. Apesar de ser uma coletânea, o disco tem duas faixas inéditas gravadas com esta formação , além de algumas gravações diferentes de sucessos anteriormente lançados. Ainda em '92, revoltados com o descaso da gravadora com o grupo, gravam de maneira independente "Ah, se eu fosse homem ", uma divertida divagação sobre as dificuldades encontradas pelos homens frente à nova posição da mulher pós-movimentos feministas. A fita com esta música, distribuída às rádios pelo próprio grupo, acaba provocando a reação esperada. Em '93, num clima já tenso com a gravadora, lançam ""Ó!", seu sexto LP, o quarto com músicas inéditas, gravado às pressas e com orçamento pequeno, por imposição da gravadora. Foi um disco um pouco estranho, ainda pouco entrosado com relação a estilo e praticamente ignorado pelo departamento de divulgação da Warner. Teve um clip de sucesso na MTV, "(Acontece toda vez que eu fico) Apaixonado" e sucesso discreto na mídia e nas lojas, embora tenha agradado seus fãs mais fiéis e conseguido alguns novos fãs. Em '95, nova coletânea, dessa vez, sem nem o conhecimento do grupo, foi lançada. Faz parte de uma série chamada "Geração Pop". Em '96, também de surpresa para a banda, lançaram uma série chamada "O melhor do Ultraje a rigor/2 é demais!", reunindo os dois primeiros LPs do Ultraje, sem as faixas bônus dos CDs originais. Sem nunca se incomodar em avisar a banda, mas já não "de surpresa", a Warner lança mais duas coletâneas, em '97 "Pop Brasil", na verdade uma reedição do Geração Pop com menos músicas e em '98 "Ultraje a rigor Vol. 2 / 2 é demais!" com o terceiro e quarto discos da banda reunidos em um CD e, mais uma vez, sem as faixas bônus originais.


















(Foto 5) A volta dos que não foram - No início de '99 Serginho deixa a banda para seguir carreira como Engenheiro Químico. Mingau assume o baixo. Logo depois, o Ultraje a rigor assina contrato com a Deckdisc/Abril Music para lançar "18 anos sem tirar!", um disco ao vivo, com algumas canções inéditas gravadas em estúdio. O CD é muito bem recebido por público e crítica e recebe o disco de ouro por vendagens acima de 100.000 cópias, estourando a faixa "Nada a declarar", que critica o tédio e a falta de assunto geral do cenário musical e da juventude em especial. Em Maio de 2002, novamente o Ultraje precisa de um ajuste na formação. Logo antes de começarem as gravações de Os Invisíveis, Flávio e Heraldo estavam distanciando-se das intenções musicais de Roger e Mingau. Havia insatisfação de ambas as partes e a melhor solução era a separação. Para gravar o disco e continuar com o grupo foram chamados Sérgio Serra, que adorou voltar ao Ultraje, e Bacalhau, ex-Rumbora e Little Quail, que também aceitou imediatamente o convite (Foto 6). O disco sai em Agosto de 2002, puxado pela faixa Domingo eu vou pra praia, que no dia de seu lançamento foi uma das mais executadas no país.


















Acústico MTV - Em 2005, aceitando um convite da Deckdisc e da MTV, o Ultraje grava seu CD e primeiro DVD na carreira, Acústico MTV, ambos recebidos muito bem pela crítica e público e ambos atingindo as marcas de CD de Ouro e DVD de Ouro. O Ultraje grava de maneira diferente, considerado por muitos como o Acústico MTV mais roqueiro de todos. A banda é apresentada a uma nova geração que só tinha ouvido falar do Ultraje através de pais e irmãos e faz enorme sucesso com ela. Outras coletâneas continuam sendo lançadas pela Warner regularmente, em 2006 e 2007.


















O futuro - O Ultraje a rigor continua em sua turnê pelo Brasil e pretende lançar algumas músicas novas pela Internet em 2009.


















Mais sôbre o Ultraje a rigor pode ser encontrado nos livros de Arthur Dapieve, "Dias de Luta" de Ricardo Alexandre e "Noites Tropicais", de Nélson Motta.






Nenhum comentário:

Postar um comentário