Depois de muitos anos de estudos e pesquisas sobre a origem desta nossa mini-orquestra que é o violão, decidi então em 1985 ir para a Espanha, pois queria viver com detalhes e pesssoalmente todo o caminho percorrido pela mesma até chegar ao Violão e a Guitarra moderna.
Como o objetivo deste método é a informação prática no domínio do instrumento e não diretamente histórica, aconselho aos alunos interessados em obterem maiores informações a participarem dos SEMINÁRIOS NACIONAIS DE VIOLÃO E GUITARRA - ROBSON MIGUEL.
Juntando documentos, dados pessoais adquiridos por vários pesquisadores espanhóis, juntados a dados de outros historiadores e arqueólogos que desintencionadamente colaboraram em descobertas espetaculares, informo como breve resumo aos meus discípulos que canas, como que de bambus, com vários furos, que fundaram a família dos instrumentos mais antigos: Os de Vento, iniciando com a antiga flauta até chegar nos sofisticados órgãos de tubo.
Seguiram depois os instrumentos feitos de crânio de animais (Fig. 1), de casco de tartarugas (Fig.2) recobertos de peles rústicas ou couro de animais que aperfeiçoando-se chegaram mais tarde à lira hebréia.
Nesta época o couro já era usado nos primitivos instrumentos de percussão como tam-tam, bombo e tambor. Destes tais, prendendo cordas feitas de tripa de carneiro, deu-se então o começo da família dos instrumentos de cordas.
A família dos instrumentos de cordas divide-se em três grupos:
Instrumento de cordas presas nas extremidades tocadas ao ar, como a harpa antiga, a lira, a cítara, etc, em que cada corda produz um único som.
Instrumentos de cordas presas nas extremidades, que ao mesmo tempo a distância (tamanho) das mesmas são encurtadas quando os dedos pisam o braço em diferentes lugares como: Alaúd, Kinnor, Nebel, vihuela, violão, guitarra, etc.
Instrumentos de cordas presas nas extremidades tocadas com um arco, que friccionam (esfrega) nas mesmas, e ao mesmo tempo estas também são encurtadas quando os dedos pisam o braço em diferentes lugares como: vihuela de pêndula, violino, viola (clássica de orquestra), violoncelo etc.
Nota: O piano (instrumento de cordas percutidas por pequenos martelos) pertence, juntamente com o Cravo (instrumento de teclas de cordas dedilhadas), a um outro grupo derivado do 1º grupo.
O fator que me leva a comentar destes grupos (1º e 2º) é que estes instrumentos estão estreitamente ligados.
O nome "GUITARRA" e as formas que o caracterizam copiadas do VIOLÃO, não tem, como provam, uma fonte comum. Por esta razão as fontes que eu adquiri de sua origem na Espanha nos traz diferentes caminhos no que se refere à evolução de sua forma. Não podemos, com segurança, apoiar-nos nas teorias de outros companheiros que por suposições pessoais crêem que estas formas vieram da Citára Grega (o nome sim), a Quitarra (ou Kitara) Caldáica (o nome sim), ou a Sitar Persa, que sem nenhuma dúvida são também precursoras da nossa guitarra e do violão de hoje.
É importante informar aos meus discípulos que, no Egito, em tempo dos faraós e nas antigas culturas da Ásia Menor, existiam formas de instrumentos intermediários entre o antigo Alaúd e nosso Violão moderno, mais precisamente entre os anos 800 e 1000 antes de Jesus Cristo, como pude comprovar nos antigos pergaminhos Hititas e Egípcios.
Lembro que há 2000 anos antes de Jesus Cristo os Hitítas que residiam na Ásia Menor usavam um instrumento chamado Kinnor (Fig 3). Na mesma época os Egípcios e Hebreus usavam o Nebel (Fig 4). Nesta mesma região usavam um instrumento de cordas cujas características são muito semelhantes ao nosso violão moderno: corpo oval, tampos (superior e inferior) planos, unidos por uma tala e com abertura redonda no tampo superior, com braço reto e provido de trastes.
Bem, segundo a mitologia, a origem dos instrumentos de cordas dedilhadas está relacionada com a Lira (Fig 5), e sua invenção deve-se ao egípcio Thot Trimegiste, mas os gregos atribuem a Hermes e aos Hebreus a Jubal, segundo a Bíblia Sagrada. Das três fontes, a Bíblia é a mais antiga.
Eu creio que a origem da palavra "GUITARRA" é derivada de Citára Grega ou Qitâra Caldáica (repito: Citára, Qitâra), e pela sua dificuldade de pronuncia era chamada de GUITARRA pelos espanhóis que habitavam ao derredor dos castelos (castelhanos). Quando estive em novas investigações em 1987 na península Ibérica, onde o Mouros invadiram a Espanha (no ano 820- depois de Cristo), segundo informações do povo ibérico, eles introduziram um instrumento semelhante ao Violão, mas sem trastes e tocado entre as pernas em posição vertical. Creio que quando o grande maestro Francisco Tárrega adotou em sua revolucionária metodologia a postura na perna esquerda, talvez tenha em sua origem a postura antiga. Atualmente, nós, da geração moderna, que lutamos pelo espaço de popularidade mundial do nosso Violão e da Guitarra, somos menos rígidos quanto à postura desde que a mesma não impeça o perfeito domínio do mesmo.
A guitarra elétrica, também chamada de Eletric Spanish Guitar (Guitarra Elétrica Espanhola) possui este nome porque toda a divulgação e aperfeiçoamentos anatômicos são devidos aos espanhóis, que a tornaram, até os anos 1800, um dos instrumentos mais populares do mundo, aparecendo no Brasil em 1808. Somente em Portugal e Brasil recebe o nome de Violão, dado pelos portugueses sem fonte clara de referência, talvez vindo da antiga viola de trovador (menestrel) que é um pouco menor. As primeiras guitarras elétricas gozavam de pouco recurso pois era a própria Spanish Guitar com um microfone de voz dentro de sua caixa, vindo a ser substituído mais tarde pelo microfone de contato chamado captador.
As guitarras maciças apareceram nas décadas de 50 - 60, e seus maiores divulgadores foram os integrantes do grupo The Beatles. Para executarmos usaremos duas técnicas: a manual com dedos (dedilhada) e a manual com palheta.
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